Julio Montes advertiu ainda para o facto de haver cada vez mais websites que imitam o formato dos meios de comunicação, mas não o são, sendo apenas “websites que se fazem passar por meios de comunicação, como Mediterráneo Digital, Caso Aislado, El Municipio, El Debate, La Tribuna de España, El Correo de Madrid, El Matinal, Diario Patriota, El Diestro e Diario Seis”. 

Para a jornalista Lorena Baeza, de Newtral e de El Objectivo, “há um vínculo muito estreito entra a comunicação política e a desinformação”: 

“Em todos os comícios encontramos dados ou factos incorrectos, de todos os partidos. A mentira não tem uma cor política.”

Por este motivo, assumiu como um desafio para os jornalistas fazerem a distinção entre o que é verdade e o que não é em cada declaração de um político  - o que se faz com “verificação de factos”, que é “fazer bom jornalismo, comprovar cada dado, trazer o contexto, buscar a fonte original, consultar os peritos para então dar a informação e a verificação mais completa possível”.

Segundo Carlos Cué, de El País, o fraccionamento do eleitorado possibilitou que a mentira “tenha cada vez menos custo”, dirigindo-se os partidos a grupos cada vez mais pequenos e plenamente convencidos da sua ideologia política. 

Também Gabriel Sanz, da VozPópuli e da direcção da APM, recordou que a mentira “foi moeda corrente, desde sempre, nas campanhas eleitorais”. A situação actual é que se rompeu o paradigma, e “o panorama foi aberto e ampliado, tanto para políticos como para jornalistas, que já não somos os que prescrevem a informação e a opinião”. (...) 

“Vivemos num processo de fragmentação absoluto, na política e nos media, o que é o caldo de cultura indicado para a desinformação”  - afirmou Cristina de la Hoz, de El Independiente. (...) 

“O jornalismo tem perdido a batalha dos dados perante as emoções”  - disse também a politóloga Verónica Fumanal.

 

A reportagem do Laboratorio de Periodismo no site da APM, com a qual mantemos um acordo de parceria.