Sobre o seu trabalho, Nativel sente que “a intensidade informativa é como a que havia no princípio da minha carreira” [começou a fazer jornalismo no período da Transição] e que preferia ter uma vida “mais reflexiva”: 

“Basicamente, ficaria encantada por me dedicar a escrever. Gostaria de ver a situação política de longe, e procurar descrevê-la de uma forma mais repousada.” (...) 

“Temos vícios adquiridos que estão a ser exacerbados. Não é o melhor momento para o jornalismo, apesar de haver hoje uma actualidade informativa apaixonante. Temos de parar para pensar se estamos a contribuir para o caos socio-político do país, e que não se pode continuar por este caminho.” (...) 

Sobre a profissão, reconhece que os jornalistas estão muito mais formados do que dantes, mas com muitos deles a trabalharem “de sol a sol” e sem o devido reconhecimento. A precariedade atinge sobretudo os jovens mas, como conta Nativel, “mesmo a mim, nesta fase da minha vida, chegam ofertas de trabalho com salários miseráveis, ou até de graça, aos quais respondo com o lema do grupo de pressão #gratisnotrabajo”. (...) 

Tendo sido perguntado a que se deve a banalização dos conteúdos, principalmente na televisão, Nativel Preciado responde: 

“Ao dinheiro. Ao facto de ter havido algum dirigente de alguma cadeia de televisão que disse que isto era um suporte de publicidade para ganhar dinheiro, não para formar ou entreter... A partir desse momento, a concorrência vai por aí.” 

“A televisão que confunde o espectáculo com a informação não tem muito futuro. Já se sabe que os jovens não consomem essa televisão, e que está a começar uma linha de televisão por escolha: preferem pagar para ver algo que seja bom, do que deixarem-se levar por determinados programas.” (...)

 

A entrevista, na íntegra, no site da APM