A incerteza financeira como inimiga do jornalismo “online”
O futuro do jornalismo está a ser questionado por diversos especialistas em “media”, que se têm mostrado preocupados com a distribuição do investimento publicitário em espaços “online”, apontou Carlos Castilho num artigo publicado no “Observatório da Imprensa”, com o qual o CPI mantém um acordo de parceria.
Segundo recordou o autor, este tema esteve em voga no início do ano, quando a Austrália passou a exigir que as grandes empresas tecnológicas, como a Google e o Facebook, pagassem aos “media” pela utilização dos seus conteúdos em plataformas agregadoras.
Isto fez com que o Facebook suspendesse, temporariamente, o acesso dos utilizadores australianos a conteúdos noticiosos, o que resultou numa polémica internacional, com vários governos a criticarem a empresa por não abdicar do seu monopólio informativo.
Assim, tanto a Google como o Facebook, prometeram investir mil milhões de dólares em projectos de formação de jornalistas.
Embora esta medida possa parecer um bom indício, Castilho recorda que este tipo de acções servem, sobretudo, para silenciar críticas, e restaurar o bom nomes das empresas.
Assim, mantém-se o mistério sobre o futuro do jornalismo tradicional que, nos últimos anos, assistiu ao encerramento de várias redacções e, consequentemente, à dispensa de milhares de profissionais dos “media”.
Julho 21
Só nos Estados Unidos, 27 mil jornalistas ficaram sem empregos estáveis entre 2008 e 2019, segundo o Pew Research Center. Já no Brasil, perderam-se 3 mil postos de trabalho.
Além disso, continua a haver dúvidas sobre a redistribuição dos investimentos publicitários, já que os anunciantes têm dado prioridade às grandes plataformas, devido ao tráfego "online" massificado.
Castilho argumenta, porém, que a resposta a estas questões é urgente e inadiável, já que em jogo está o futuro de todos os jornalistas e, consequentemente, da saúde das democracias.
Num artigo publicado no Instituto Poynter, o media business analyst Rick Edmonds explica que se propôs a um exercício: verificar se os desertos de notícias, cidades que já não têm cobertura...
A directora executiva da BBC News, Deborah Turness, afirma que o alcance da empresa tem estado a “desafiar a gravidade” e que, por isso, a tecnologia deve ser usada para “apoiar e acelerar o...
O Relatório sobre a Liberdade de Imprensa na Europa 2024: Confronting Political Pressure, Disinformation and the Erosion of Media Independence, que promove a protecção do jornalismo e a segurança...
Embora se definam apenas como plataformas tecnológicas, as redes sociais influenciam as opiniões pessoais. Os especialistas em comunicação, como Rasmus Kleis Nielsen, autor do artigo News as a...
De acordo com Carlos Castilho, do Observatório de Imprensa do Brasil, com o qual o CPI mantém uma parceria, o jornalismo enfrenta, actualmente, dois grandes desafios, nomeadamente,...
Num texto publicado no media-tics, o jornalista Miguel Ormaetxea, reflectiu acerca da receita de publicidade digital dos media, que, em grande parte, fica nas mãos de grandes empresas de tecnologia,...
Num texto publicado na revista ObjETHOS, um dos seus pesquisadores, Raphaelle Batista, reflectiu sobre o papel que o jornalismo teve no Brasil durante 2022, assim como o que deve ser mudado.
Batista...
O Journalism Competition and Preservation Act (JCPA), um projecto de lei que pretendia “fornecer um 'porto seguro' por tempo limitado para algumas organizações de notícias negociarem...
Algumas organizações criaram um novo guia, Dimensions of Difference, para ajudar os jornalistas a entender os seus preconceitos e a cobrir melhor as diferentes comunidades. Este projecto baseia-se...