A imprensa precisa de várias sessões de terapia para reencontrar a sua razão de ser …

Ao desenvolver esta tese, o jornalista defende que se deve “informar à moda antiga, de baixo para cima” e que agora “existe a noção de que a verdade não tem nada a ver com os factos. Para muitos leitores, uma notícia falsa é uma notícia da qual discordam”.
E especifica: dantes “lia-se o The Sun se fosse de direita e o The Guardian se fosse de esquerda. Agora, pode-se estar no Facebook ou no Twitter e compartilhar algumas notícias dependendo dos seus preconceitos. Não compartilha um artigo, porque acha que é objectivo ou contém boas informações, mas porque gosta dele emocional ou politicamente”.
Nesta linha de pensamento, Beckett considera que “a imprensa generalista britânica começou a misturar opiniões e factos” e que “mesmo a BBC, quando dá uma notícia, imediatamente emite uma análise. E a análise inevitavelmente inclui uma opinião. Os meios de comunicação estão a descobrir, num mercado muito competitivo, que quanto mais tendenciosa é a informação, mais as pessoas gostam. Portanto, também existe uma espécie de pressão do mercado”.
Finalmente, Becket não esconde as suas reservas relativamente à politica de apoios ultimamente desenvolvida pela Google e pelo Facebook, dizendo-se preocupado com o facto de o jornalismo ser financiado por Mark Zuckerberg.
A principal razão, como reconhece. É que “o jornalismo não é rentável”.
Para ele, os meios de comunicação desempenham um papel na economia, na política e na democracia.
Beckett acredita, contudo, que o jornalista, em certo sentido, se esqueceu disso. “Agora parece que começamos a perceber”, conclui.