A importância dos “media” na eliminação de preconceitos contra migrantes
Os “media” deveriam ter em atenção o discurso utilizado nas reportagens sobre migrantes e refugiados, de forma a não aumentarem o preconceito contra estes indivíduos, que já se encontram numa situação vulnerável, defendeu Liliana Tinoco Bäckert, num artigo publicado no “Observatório da Imprensa”, com o qual o CPI mantém um acordo de parceria.
Tinoco Bäckert defende, neste âmbito, que, mesmo sem terem más intenções, alguns profissionais dos “media” continuam a empregar nomenclaturas e ideias preconcebidas, que vêm confirmar (erradamente) alguns estereótipos.
A título de exemplo, Tinoco Bäckert explicou que, na Suíça, país onde vive actualmente, os “media” fazem questão de referir a nacionalidade de qualquer estrangeiro que cometa um crime, o que reflecte uma imagem nefasta de todos os migrantes.
Além disso, a autora acredita que os “media” têm privilegiado um discurso negativo sobre os “refugiados do clima”, que saem do seu país de origem devido a desastres naturais, ou falta de recursos básicos.
Isto porque, conforme apontou Tinoco Bäckert , as publicações jornalísticas tendem a focar-se nas desvantagens de acolher migrantes, em detrimento das oportunidades económicas e sociais que poderão acompanhar estas movimentações.
Por isso mesmo, a articulistas sugere que os jornalistas sigam as indicações no “Manual da Unesco” para reportagens sobre o tema Migração e Refúgio.
Dezembro 21
Desenvolvido por professores do Erich Brost Institute for International Journalism, este texto discute inúmeros pontos, inclusive a ética do jornalismo referente ao tópico.
O manual enfatiza a importância do vocabulário, bem como a importância do jornalismo de migração para a integração de imigrantes e refugiados no país de acolhimento.
Por isso mesmo, a autora pede a todos os jornalistas que tomem este texto como um recurso essencial, e que reflictam sobre a sua capacidade de influência e alteração do “status quo”.
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