Segundo a filósofa Hannah Arendt, a política é uma esfera em luta permanente com a verdade. A transparência é um problema para os políticos. Faz parte do jogo político ocultar. No jornalismo, pelo contrário, a transparência é uma aliada e exerce uma função social importante para garantir a liberdade de expressão e o acesso à informação em democracias abertas.


Assim, o jornalismo torna-se uma "ameaça" potencial ao Estado e aos que estão no poder, ao divulgar  informação actual, verdadeira e clara, que promove a interacção do público.

Dito isto, Becker considera que a cobertura jornalística de alguns dos “media” brasileiros tem sido irrepreensível. Ao contrário do que afirma o Presidente do Brasil, não se trata de “histeria” ou de espalhar o “pavor social”, mas de resistir ao colapso e ao ataque à razão, de garantir informação essencial e a distinção entre os facto e a ficção.O jornalismo brasileiro tem sido responsável, corajoso e inteligente na cobertura do novo coronavírus. 

De acordo com a autora seria importante que todos os brasileiros reconhecessem e apoiassem o jornalismo, comprando o jornal na banca, pagando uma assinatura digital, financiando uma reportagem, valorizando o trabalho e o esforço dos repórteres que estão na frente de trabalho e expostos à doença. Até porque, se os jornalistas não estiverem vigilantes, talvez a situação se coloque num patamar mais alarmante.

Para a jornalista, a pandemia de coronavírus tem ajudado a demonstrar o valor da informação fidedigna , da unidade, colaboração e transparência. Da mesma forma, tem ensinado os brasileiros que os jornalistas não trabalham segundo os interesses de quem está no poder e que a sua missão “ está entre as poucas luzes que restam acesas”.

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