O autor começa por descrever a “implosão do jornalismo como o conhecíamos”, traduzida em “dezenas de milhares de jornalistas que perderam os seus empregos nesta última década”:

“Nos cerca de 1.400 jornais diários existentes nos Estados Unidos, encontram-se a trabalhar 33 mil jornalistas, quando em 2007 eram 55 mil.”

 

David Sassoon propõe depois uma imagem pertinente:

“A Imprensa livre é o órgão da transparência e da responsabilidade. Mantém a democracia livre de toxinas, funcionando como o fígado do nosso corpo político. Sem ele, entramos em disfunção metabólica e afogamo-nos no nosso próprio veneno.”

 

O problema, como diz com alguma ironia, é que, embora a Primeira Emenda [da Constituição dos EUA] identifique o direito a uma Imprensa livre, não garante nem explica como será paga: “Uma Imprensa livre é um atributo fundamental da liberdade mas, sobre a questão de ser um projecto lucrativo, a Constituição é omissa.”  

O autor reconhece que o jornalismo não lucrativo não será uma “cura completa” para tudo o que nos aflige mas, pelo menos, já “provou ser um tónico poderoso para o doente”.

 

Dos seus sete pontos em defesa de um jornalismo não lucrativo, os primeiros cinco explicam como é que este tónico não lucrativo funciona:  1 – A sua única missão é a prática do jornalismo,  2 – Os recursos são usados de modo mais eficiente,  3 – Resiste às pressões que comprometem a independência editorial,  4 – Só sobrevive com elevados padrões de jornalismo,  5 – Desenvolve competências e conhecimentos especializados nos nichos de informação referidos no ponto anterior.

 

Os últimos dois pontos são também dois apelos:  6 – O jornalismo não lucrativo precisa do apoio dos seus leitores e...  7 – Precisa, também, de algum mecenato.

David Sassoon fala da entrada de Jeff Bezos no Washington Post e propõe:

 

“Ao próximo ‘anjo’ com esse dinheiro para gastar em jornalismo, aqui fica uma sugestão:  funde 50 projectos não lucrativos, dê a cada um cinco milhões de dólares em dinheiro de lançamento e deixe-os rodar. Mesmo que só sobreviva um terço ou um quarto deles, seria um grande investimento no futuro do jornalismo americano.”

 

O texto original de David Sassoon, no GIJN, e o site InsideClimate News