Contudo, há que ter em conta o outro lado da moeda: as vidas, os valores, e os direitos perdidos desde 24 de Fevereiro.


Bernal começa por recordar que, desde o início do conflito, assistiu-se, na Rússia, a uma deterioração da liberdade de imprensa, num país onde já existia um número muito limitado de jornais independentes.


Como tal, a maioria dos cidadãos russos passou a viver numa redoma, onde toda a informação é filtrada pelo Kremlin, e onde se promove uma realidade paralela, sem se poder discutir, abertamente, aquilo que se passa na Ucrânia.


Além disso, desde o início do conflito vários jornalistas foram assassinados. Os outros profissionais, que conseguiram sobreviver ao conflito, sofreram outro tipo de consequências, que se manifestam na  deterioração da sua saúde física e mental.


Outra das questões prementes, considerou a autora, é a falta de apoios oferecidos aos jornalistas, com muitos dos profissionais a terem dificuldades no acesso a materiais de protecção, ou a receberem uma remuneração baixa, insuficiente para cobrir as suas necessidades profissionais e pessoais.


Contudo, esta ausência de ajuda por parte das empresas jornalísticas afecta, não só, os correspondentes, mas, igualmente o público. Isto porque, um profissional sem meios adequados, é um profissional que não desempenha as suas funções, e que não responde às necessidades informativas das audiências.


Por isso mesmo, Bernal considera que, para que continue haver informação de qualidade, o trabalho jornalístico deve ser, devidamente, valorizado.


Como tal, a autora deixa o lembrete: “um jornalista protegido é aquele que garante a independência e a honestidade informativa”.