A “guerra invisível” contra a liberdade de imprensa
O escritor francês Yannick Haenel reuniu as crónicas do julgamento do atentado à redacção do “Charlie Hebdo”, numa edição especial daquela revista, ilustrada pelo “cartoonista” François Boucq.
Haenel começou a colaborar com o "Charlie Hebdo” poucos meses após o ataque à redacção. Anos mais tarde, em 2019, o editor-executivo da revista, Riss, convidou-o para relatar o julgamento.
E assim foi. Em Setembro de 2020, Haenel sentou-se no Palácio da Justiça de Paris, e tratou de reflectir sobre o que via e ouvia, chegando à conclusão de que estamos, de momento, a travar “uma guerra invisível”.
“Procuro, dentro da palavra, aquele ponto onde os vivos e os mortos se encontram”, começou por escrever Haenel no texto que foi, originalmente, publicado na “Charlie Hebdo” e reproduzido, em parte, pelo “site” “diacritik”.
“ É uma questão de dizer o que é real com clareza, certamente, mas virando a violência de cabeça para baixo. Este ponto onde a solidão e a comunidade se encontram e se expandem constantemente em favor do ser vivo é uma luz, não uma escuridão. É uma luta também dentro da linguagem”.
Haenel referiu-se, depois, a uma guerra invisível, travada entre a religião e a liberdade de imprensa e de expressão. “ Recordo que os Kouachi [ irmãos que participaram no ataque ] assassinaram pessoas que apenas tinham desenhado e escrito. A paz consiste em reconhecer os inocentes”.
Fevereiro 21
“A natureza banal, desanimadora e demoníaca desta taquiya [termo islâmico referente à omissão da religião em cenário de perseguição] dá muito que pensar sobre a estratégia de dissimulação generalizada que afecta esta guerra”.
Por isso, considerou Haenel, “esta guerra não pode ser resolvida em tribunal; continua na sua maioria sob formas ocultas, prolifera através da histeria das redes sociais, (...) perpetua-se através de conflitos espirituais que animam convulsões geopolíticas, no Médio Oriente mas, igualmente, nas democracias ocidentais, que são ameaçadas a cada momento pela desestabilização terrorista”.
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