Segundo Castilho, a novidade do jornalismo participativo, que funciona sobretudo a nível local,  é a adopção da opinião do público como prioridade, tanto na produção de notícias e reportagens investigativas, como na procura de sustentabilidade financeira. No jornalismo local, os profissionais têm um contacto muito mais directo com os membros da comunidade, o que favorece a participação dos leitores. O público participa na selecção, edição e publicação de notícias.

O autor sustenta que esta tendência passa, sobretudo, por uma inversão de papéis. Tradicionalmente, os jornalistas detinham o monopólio do acesso à produção de notícias e reportagens graças ao processo de “gatekeeping”, que lhes dava o poder de decidir o que seria ou não publicado. No jornalismo participativo local, essa decisão cabe a um colectivo de profissionais, leitores, ouvintes e telespectadores, que apoiam as publicações.


A mediação dos jornalistas é indispensável, já que o cidadão comum é inexperiente no tratamento da informação,  tem dificuldade em distinguir entre notícias falsas e verdadeiras e não possui as habilitações que lhe permitam determinar a relevância e exactidão dos factos e eventos a serem publicados.

O autor reitera que uma relação entre jornalistas e o público que não conduza a uma resolução é frustrante para ambas as partes e pode resultar no fim da parceria. Para que a missão chegue a bom porto, os jornalistas devem, ainda, facilitar a formatação dos conteúdos e auxiliar a comunidade a escolher as plataformas de comunicação mais adequadas aos objectivos pretendidos.

Castilho defende, ainda, que não há uma fórmula geral para o jornalismo participativo, já que cada ambiente tem suas próprias características.

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