A era digital impõe um “segundo casamento” entre “media” e academia
Após uma "separação" promovida pelo corporativismo das empresas científicas e pelas estratégias de "marketing" das publicações jornalísticas, a academia e os "media" preparam a sua "reconciliação", alavancada pela complexidade do cenário digital.
Conforme apontou Carlos Castilho num artigo publicado no “Observatório da Imprensa”, com o qual o CPI mantém um acordo de parceria, o “divórcio amigável” entre os investigadores académicos e os jornalistas foi motivado por um “conflito de interesses”.
De acordo com o articulista, se, por um lado, os “media” não disfarçam que consideram a academia um “reino de diletantismo intelectual”, por outro lado, os investigadores não apoiam as motivações capitalistas de algumas redacções.
Contudo, o aparecimento da internet, e consequente digitalização do jornalismo voltou a aproximar estes ramos de actividade.
Isto porque, segundo Castilho, perante a rápida disseminação de informações falsas e a descredibilização do papel do jornalismo, os profissionais dos “media” têm demonstrado um interesse crescente em adicionar referências científicas aos seus artigos.
Além disso, esta reconciliação seria, também, benéfica para a academia, que continua a manter um relacionamento distante com os cidadãos comuns.
Em resumo, o estabelecimento de novos acordos entre estes dois sectores ajudariam os “media” a melhorar a sua percepção de confiança e a conquistar novos leitores, além de estabelecerem uma ponte entre o mundo científico e o “comum dos mortais”.
Novembro 21
Castilho ressalva, porém, que todo este processo deverá ser supervisionado por empresários dos “media”, que têm o conhecimento necessário para garantir a sustentabilidade desta união.
Na melhor das hipóteses, conclui Castilho, este “segundo casamento”, assegurará um “futuro feliz” para todos os envolvidos.
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