A desregulação mediática optimizou o crescimento tecnológico
Além disso, as medidas do Facebook -- como a identificação de fontes de propaganda governamental -- têm-se demonstrado inconsistentes.
Por outro lado, alguns investigadores, como Jennifer Grygiel, afirmam que a “taxonomia é uma realidade no interior destas empresas”, já que estão, constantemente, a alterar o nível de destaque dado a notícias de qualidade.
Bell ressalva que, ao etiquetarem as empresas de comunicação como sendo de confiança, as redes sociais estão a encontrar a sua própria definição de jornalismo, o que já resultou na promoção de páginas pouco fidedignas, em detrimento de publicações que verificam factos e comparam fontes.
“O problema com todas as taxonomias é que mesmo aquelas que são úteis estão, muitas vezes, erradas”, afirmou Ethan Zuckerman, investigador da Universidade de Massachusetts. “Precisamos de uma nova linguagem para as publicações nativas digitais, que são muito populares, e que partilham desinformação”.
Zuckerman defende, por isso, que as grandes plataformas “online” devem estabelecer parcerias com organizações como a NewsGuard e a TrustProject, que desenvolvem critérios para avaliar a qualidade das fontes noticiosas.
Bell recorda, por sua vez, que este tipo de decisões vai ser tomado pelos executivos das grandes empresas, que tendem “ a confiar na ideia do discurso livre e a mostrar-se cépticos perante o trabalho jornalístico”.
Além disso, a autora afirma que as possíveis mudanças dependem da vontade de as empresas alterarem o seu “modus operandi”. E, “a menos que modifiquem, totalmente, o seu sistema de receitas, as probabilidades não parecem boas”.