A crise dos “media” provoca “apagão noticioso” em zonas de conflito
A crise dos “media” tem vindo a afectar as condições de trabalho dos correspondentes estrangeiros em zonas de conflito, bem como a pluralidade informativa sobre estas partes do Mundo, denunciou Ángeles Espinosa, jornalista do “El País”, durante a conferência “Correspondentes: novos públicos e ferramentas digitais”, organizada pela Associação de Imprensa de Madrid (APM), com a qual o CPI mantém um acordo de parceria.
O evento contou com a participação de vários outros jornalistas, especializados nesta temática.
Durante a sua intervenção, Espinosa reivindicou, ainda, melhores condições de trabalho, “para que os correspondentes estrangeiros possam desempenhar as suas funções de forma digna”.
Mayte Carrasco , correspondente de guerra no Médio Oriente disse partilhar da mesma opinião, acrescentando que “ o jornalismo ‘freelance’ em zonas de conflito é insustentável".
Carrasco sublinhou, neste sentido, que os atentados contra jornalistas nestas zonas do Mundo têm vindo a aumentar. A situação, denunciou, "incentiva a autocensura”.
Gervasio Sánchez, outro dos jornalistas convidados, destacou, por sua vez, que alguns “media” estão, agora, a optar por não enviar profissionais para zonas de conflito, devido aos riscos que isso acarreta.
Segundo referiu Sánchez, isto faz com que haja “um apagão noticioso sobre determinados conflitos”.
Maio 21
“Quando não há cobertura dos ‘media’, o impacto contra a população civil é sempre pior”, frisou. A este respeito, Sánchez apelou que se continue a "iluminar, fortemente, as áreas escuras do Mundo, onde ocorrem brutalidades."
No que toca à utilização de novas tecnologias e de plataformas “online”, Ángeles Espinosa considerou que nunca devem ser consideradas inimigas, mas aliadas. “Devem estar ao serviço do jornalismo", defendeu.
Por sua vez, Mikel Ayestaran , jornalista "freelancer" no Médio Oriente defendeu a utilização dos dispositivos tecnológicos e plataformas “online” como mais uma ferramenta de trabalho: “O trabalho do correspondente mudou e as redes sociais são uma ferramenta impressionante”.
No entanto, alertou, o principal elemento do jornalismo tem de continuar a ser a informação. “A forma de comunicar mudou, mas a chave continua a ser o conteúdo”.
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