De acordo com Castilho, a comunidade só participa da produção de notícias locais quando acredita no projecto e nos jornalistas. Para que tal aconteça, é necessário que os profissionais sejam considerados como parte da sociedade local. Além disso, os jornalistas podem ser considerados “forasteiros”, e lidar com questões marcadas pela subjectividade local, o que exige muito “jogo de cintura”, tolerância e persistência.

Para que os projectos sejam proveitosos é, ainda, necessário, dominar as plataformas digitais, usadas em propostas de informação local inovadora, embora seja, também, necessário apostar no formato em papel. 

A distribuição de jornais em residências, paragens de autocarro, supermercados e igrejas é o método mais eficiente para gerar debate na população com mais de 40 anos, por exemplo. As redes sociais, por outro lado, geram mais impacto em camadas mais jovens, entre os 20 e os 45 anos. O uso de imagens (fotografias, vídeos, caricaturas, infográficos) é obrigatório não tanto pelo lado estético, mas porque as pessoas têm pouco tempo e paciência para ler textos longos. 

As imagens captadas pela comunidade são, particularmente, importantes, visto que os cidadãos estão mais interessados na história, do que em produzir notícias. A pirâmide invertida não faz o menor sucesso numa reunião com moradores ,que se mostram sempre mais receptivos ao humor e emotividade do que às regras das redacções.

A publicidade paga não deve ser menosprezada, mas jamais será a fonte básica de receitas, como era na imprensa tradicional. Para serem bem sucedidos, os jornais devem conseguir lucrar nos primeiros seis meses, o tempo necessário para conquistar a confiança dos cidadãos, essencial para obter contribuições monetárias.