A exploração conjunta de espaços publicitários foi a via seguida por El Español, um nativo digital muito recente (fez um ano há pouco tempo), que nos últimos meses procurou acordos estratégicos com diferentes meios de comunicação, assentes num intercâmbio de conteúdos e uma colaboração publicitária e de agregação de audiências.

 

Os meios aliados integram a sua URL como um subdomínio no El Español, o que já sucedeu com Navarra.com, Diario de Avisos (Canárias), Bluper (especializado em informação televisiva), NetDoctor (sobre saúde) ou Crónica Global (da Catalunha).

 

Foi feito um acordo semelhante entre os diários digitais CTXT e o Público, que permite a este “explorar espaços publicitários do CTXT em troca de una contrapartida económica”. Os resultados de ambas as alianças são bem sucedidos, e há outras experiências em curso.

 

Há um exemplo muito recente da outra via, das associações estritamente editoriais, que está a funcionar, desde Setembro, entre eldiario.es e a Time Out España. Esta fórmula “implica o intercâmbio de conteúdos para reforçar informação sobre certos temas”, e já era seguida com o diário británico The Guardian desde Janeiro.

 

“Na era da Internet, a colaboração entre projectos jornalísticos com elementos em comum pode ser mais produtiva do que a concorrência”, afirmou o director de eldiario.es, Ignacio Escolar, à APM. E também há uniões com éxito entre meios digitais nativos e convencionais, como é o caso do suplemento Jot Down Smart, que tem uma edição mensal no El País.

 

Jesús Maraña, director do diario digital infoLibre, que tem uma aliança com a francesa Mediapart, aposta na convivência entre modelos distintos, para nichos distintos de leitores. Pensa que vai haver mais alianças entre aqueles meios que “precisam de obter o máximo de clics para gerar receita comercial”.

Pelo outro lado, para os meios que apostam num modelo assente “no conteúdo e na valorização da informação que se presta, a questão é conseguir o mínimo de leitores ou assinantes que pagam pelo que recebem, para não ter essa necessidade do clic”.

 

Porque, finalmente, e como conclui:

“A batalha pela conquista de clics está sempre ligada à desvalorização dos conteúdos. (…) Se queres gerar audiências, tens que pôr títulos em que haja mais famosos, mais sexo e mais animais. Isso já está inventado.”  

Também no Reino Unido estão a ser tentados caminhos semelhantes, como se pode ler em "Los periódicos británicos se unem para no morir", no site media-tics.

 

 

O texto original de Xose Martín, no site da APM