A agenda noticiosa brasileira “contaminada” pelo vírus e por interesses económicos…
Em 2020, o coronavírus monopolizou as agendas noticiosas um pouco por todo o mundo e o Brasil não foi excepção, notou Francisco Fernandes Ladeira num artigo publicado no “Observatório da Imprensa”, associação com a qual o CPI mantém um acordo de parceria.
De acordo com o autor, a cobertura da grande imprensa brasileira sobre a pandemia de Covid-19 variou, porém, de acordo com os interesses do governo e de grupos económicos.
Quando foram registados os primeiros casos -- recordou Ladeira --, pelas próprias características de um “vírus importado”, a covid-19 tratava-se, basicamente, de uma “doença de rico”.
À época, devido a inércia das autoridades públicas, a solução (mais fácil) encontrada para evitar que elite e classe média fossem contaminadas foi o isolamento social. Assim, predominava, nos “media”, o discurso “fique em casa”.
Contudo, a partir do momento em que o coronavírus começou a descer na pirâmide social, as premissas mudaram e começaram a adoptar um registo paradoxal, defendeu Ladeira.
Ou seja, à medida que o número de casos ia escalando, os “media” começaram a defender a abertura de todas as actividades económicas.
Janeiro 21
Assim, a imprensa começou a diminuir a cobertura sobre a pandemia (gerando a falsa sensação de que os números de casos estavam a diminuir) e multiplicavam-se reportagens favoráveis ao regresso às aulas presenciais.
Surgiu a narrativa do “novo normal”, condicionada aos interesses do governo, defendeu o autor.
Além disso, -- recordou -- os “sites” independentes começaram a ser alvo de ataques informáticos e a ser censurados pela Justiça.
Perante este cenário, Ladeira acredita que, para bem ou para mal, o panorama mediático brasileiro nunca voltará a ser o mesmo.
Leia o artigo original em "Observatório da Imprensa"
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