Mais de metade dos jornalistas mortos no exercício da sua profissão foram “conscientemente visados e assassinados”, como o comentador saudita Jamal Khashoggi, morto no consulado do seu país em Istambul a 2 de Outubro, ou o jornalista eslovaco Jan Kuciak, morto a 21 de Fevereiro. 

Com quinze mortos, o Afeganistão foi, este ano, o pior país para o exercício do jornalismo, seguindo-se a Síria (com onze) e o México (com nove)  - este último considerado o país mais perigoso entre os que não se encontram em guerra. 

Outro facto notável nesta edição do Relatório Anual dos Repórteres sem Fronteiras é “a entrada dos Estados Unidos no grupo dos países mais mortíferos do mundo (seis mortos), depois do tiroteio sangrento contra a redacção do jornal Capitol Gazette”  - em Annapolis, no Maryland. 

O número de jornalistas detidos no mundo subiu para 348 (eram contabilizados 326 em 2017). Cinco países repartem entre a si a responsabilidade por mais de metade destas prisões: o Irão, a Arábia Saudita, o Egipto, a Turquia e a China. 

Em 2018, é este último a receber o título de “a maior prisão do mundo”, com 60 jornalistas encarcerados (três quartos deles não-profissionais). “Com o endurecimento da regulamentação sobre a Internet, estes jornalistas ficam detidos, em condições frequentemente desumanas, por motivo de um simpels post, uma nota informativa nas redes sociais, ou uma mensagem privada”  - lamentam os Repórteres sem Fronteiras. 

O número de reféns subiu para 60  - e 59 deles encontram-se no Médio Oriente, nomeadamente na Síria, Iraque e Iémen. Segundo o Relatório dos RSF, “apesar da derrota do Estado Islâmico no Iraque e do seu recuo na Síria, há pouca informação sobre a sorte destes raptados, à excepção do japonês Jumpei Yasuda, que recuperou a liberdade depois de três anos de cativeiro na Síria”. 

“Um jornalista ucraniano continua nas mãos das autoridades da auto-proclamada República Popular do Donetsk, que o acusam de ser um espião. Por fim, os RSF registam três novos casos de jornalistas desaparecidos este ano, dois na América e um na Rússia.” (...)

 

Mais informação em Le Monde. A apresentação e o Relatório Anual dos RSF