Veto do nome de João Paulo Guerra divide Conselho de Opinião da RTP
Numa carta dirigida ao presidente do Conselho de Opinião da RTP, Diana Andringa, José Rebelo, Fernando Correia e Maria Brederode Santos, membros eleitos pela Assembleia da República, afirmam que “nunca – fosse qual fosse a nossa posição – nos sucedeu não sabermos explicar qual o motivo pelo qual um/a candidato/a fora rejeitado/a ou aceite pela maioria dos Conselheiros”.
Mas o presidente do Conselho de Opinião, Manuel Coelho da Silva, em declarações ao Diário de Notícias, não acolhe o pedido de fundamentação e responde com uma pergunta: “Como é que se pode pedir a fundamentação de um veto que decorre de um voto secreto dos conselheiros?”
Ao mesmo jornal, o presidente da Administração, Gonçalo Reis, afirma não encontrar justificação para que o nome de João Paulo Guerra, “um dos mais importantes profissionais da rádio portuguesa”, tenha sido vetado para as funções de Provedor do Ouvinte, continuando a esperar “uma fundamentação” - que o profissional proposto e agora vetado aguarda também. Recorde-se que o recente veto ao nome anteriormente proposto, de Joaquim Vieira, foi publicamente fundamentado pelo Conselho de Opinião.
Estrela Serrano, também membro do Conselho de Opinião, (embora não tenha votado por estar ausente devido a “problemas de saúde”), lamenta que esta polémica contribua para criar na opinião pública “uma ideia de falta de transparência” e acha mesmo que "coloca em risco a credibilidade do órgão. “É óbvio que tem de haver uma fundamentação da decisão” – afirma.
Em declarações à TSF, José Rebelo acrescenta que “ficou envergonhado” com o resultado desta votação secreta pois, no debate prévio, nunca ninguém contestou a escolha de João Paulo Guerra apresentada pelo Conselho de Administração. Por este motivo, defende que “a lei não foi respeitada nesta votação, pois ninguém apresentou um único defeito ao nome de João Paulo Guerra, pelo que é impossível justificar o chumbo”.
A contestação chegou às redes sociais, com uma página no Facebook que tem recolhido testemunhos de profissionais em defesa do nome de João Paulo Guerra para Provedor do Ouvinte e a contestar a decisão tomada sem fundamento conhecido, entre eles os anteriores Provedores do Ouvinte da RTP, Adelino Gomes e Mário Figueiredo.
Mais informação no DN – Media e na M&P, e a carta dos membros eleitos pela AR