Claro que só podia ser uma publicação humorística. É francesa, chama-se La Bougie du Sapeur  e faz hoje dez… edições.

Mas, como acontece muitas vezes com estas histórias de humor, a história é mais comprida e mais séria do que parece. Foi há 36 anos que um informático, Jacques Debuisson, propôs, numa roda de amigos, fundar um jornal que só saísse nos dias 29 de Fevereiro. Um deles, Jean Miot, que vinha da Imprensa regional e do Figaro, e outro, Christian Bailly, jornalista-historiador da Imprensa, defensor da criação de um museu da Imprensa, formaram o núcleo fundador de uma «brincadeira» que pode ter só dez edições, mas faz hoje 36 anos, vai numa tiragem de mais de 130 mil exemplares e planeia chegar a todos os países francófonos. 

Numa espécie de cumprimento à velocidade com a qual tudo hoje parece mudar, esta edição dá uma volta por tudo «o que fez rir os redactores» nestes últimos quatro anos. 

Jean d’Indy, membro da equipa desde 1992, é quem organiza hoje a publicação e redacção deste «jornal». Em declarações ao Le Figaro, ele afirma com orgulho que dirige um «periódico aperiódico» e que não tem de pagar aos seus jornalistas, sete amigos benévolos que ele contacta nos seis meses anteriores a cada 29 de Fevereiro. 

«O ponto em que vocês não vão gostar do meu modelo económico é que eu dou-lhes de comer, fazemos uma bela patuscada e bebemos uns copos, para ganhar inspiração, mas não lhes pago!»

Em toda a equipa, os únicos trabalhadores que recebem de facto remuneração do jornal são o maquetista e o impressor.

Mais informação no artigo de Le Figaro