Em entrevista ao jornal Público, Virginia Dignum, uma investigadora portuguesa envolvida na criação dos guias, diz que "não vale a pena correr atrás dos chineses e dos americanos, sem se pensar se é a melhor solução para a Europa e para os princípios que temos na Europa”.

E acrescenta que “muitas vezes, quando fazemos algo, o resto do mundo copia. Veja-se com o RGPD [Regulamento Geral sobre a Protecção de Dados], que agora está a ser discutido noutras regiões. Por vezes, a nossa responsabilidade é mostrar opções e alternativas que funcionem.”

Como refere o  Público, a Comissão vai lançar a fase-piloto dos guias, que durará até ao principio de 2020, e durante este período prevê recolher “comentários de empresas, para garantir que é possível obedecer aos requerimentos elaborados”.

As empresas e organizações interessadas já podem começar a inscrever-se.

O trabalho faz parte dos planos da Comissão para fomentar o investimento na Inteligência artificial, nos sectores público e privado da União Europeia, em pelo menos 20 mil milhões de euros até ao final de 2020.

Ainda de acordo com o Público, “para a fase-piloto, há sete requerimentos (alguns foram condensados desde a fase de rascunho): garantia da supervisão e controlo humano (os sistemas não devem limitar a autonomia humana); robustez e segurança (os algoritmos têm de ser capazes de lidar com erros); privacidade e controlo de dados (os utilizadores devem manter o controlo dos seus dados e poder revogar o acesso); responsabilização (capacidade de reconhecer erros e corrigi-los); transparência, diversidade, não-discriminação e justiça, e promoção do bem-estar ambiental e societal ".

A fase-piloto do guia ético começa em Junho.