Os profissionais testemunharam que as autoridades os identificam e recuperam as declarações que fizeram nas redes sociais para fundamentar as detenções. Caso não consigam encontrar nenhuma afirmação crítica, as forças policiais analisam trabalhos anteriores dos repórteres como pretexto de acusação.

As autoridades confiscam todo o material tecnológico que os jornalistas possam ter - como telemóveis, câmaras fotográficas, computadores e, até, cartões de memória - e, por vezes, não os devolvem. 

O risco é acrescido para aqueles que trabalham com temas considerados sensíveis pelo governo turco, nomeadamente, reportagens que digam respeito à etnia turca e ao PKK - partido dos trabalhadores turcos - embora se trate de uma entidade legal.

O preconceito das autoridades não é, porém, exclusivo dos “media” que se assumem “pró-curdistão”. Os jornalistas que trabalham para agências noticiosas e jornais estrangeiros são considerados espiões e chegam mesmo a abordá-los em quartos de hotel.

Os jornalistas duvidam que haja uma solução simples para o problema e consideram que a profissão deve ser vista como de risco, com uma lei que os proteja.