Turbulência na estrutura dirigente da Altice acentua papel de gestor português

Segundo o Jornal de Negócios, horas depois de conhecida esta reorganização, as acções da Altice estavam a reagir em alta na abertura da bolsa em Amesterdão, mas voltaram a cair durante o dia.
Como conta o Público, “no final de Setembro, corria pela imprensa francesa que o francês Michel Combes se sentia desconfortável com o regresso de Armando Pereira à empresa de que foi co-fundador (a Altice); Pereira chegou a ser presidente da PT. Na altura, fontes não identificadas ouvidas pelo jornal La Tribune admitiam a possibilidade de Michel Combes estar de saída do grupo. A Altice rejeitava tal cenário ‘por completo’.”
Segundo Le Monde, foi Patrick Drahi quem tomou agora “decisões radicais”, começando por “cortar uma cabeça” - a de Michel Combes, que era ao mesmo tempo director-geral da Altice e PDG da SFR, a sua filial em pior situação.
“Patrick Drahi, que tinha progressivamente desaparecido do organigrama da Altice, regressa ao comando com o título de presidente. Mesmo sabendo que, na realidade, este homem de negócios esteve sempre a manobrar no seio do grupo.” (...)
“Há outra nomeação considerada espectacular, a de Armando Pereira, co-accionista e co-fundador da Altice com Patrick Drahi. Este homem na sombra, que se tinha aliado ao empreendedor nos anos 1990, torna-se o director operacional da actividade de telecomunicações do grupo.” (...)
Citando ainda Le Monde:
“Em Setembro, Armando Pereira, que tinha claramente más relações com Michel Combes, assumiu a direcção da SFR, na sequência da partida de Michel Paulin. (...) Desde o seu regresso, Pereira não desmente a sua reputação. Rolam cabeças sem aviso prévio. Segundo as nossas informações, o chefe da actividade ‘grande público’, Jean-Pascal Van Overbeke, soube, à sua chegada de férias, que estava despedido.” (...)
Esta análise de Le Monde, que descreve em pormenor os movimentos dos últimos anos da Altice, nem todos bem sucedidos, termina deixando a pergunta sobre se Patrick Drahi conseguirá, desta vez, voltar a subir a encosta:
“A médio termo, o grupo não tem problemas de tesouraria, mas a queda em bolsa [refere-se ao período do Verão] não passa sem consequências. Nos Estados Unidos, Patrick Drahi sonhava alargar o seu território. A baixa do título encarece o preço de qualquer aquisição, enquanto os investidores vão certamente reflectir duas vezes antes de lhe emprestarem novamente dinheiro.”
Mais informação no Público, bem como no Jornal de Negócios e Le Monde