Bastou uma manifestação de militantes do Movimento de Libertação Popular (NOD), favorável a Putin, com cartazes “Não ao culto de Trump” diante da agência de comunicação Rossia Segodnia, e o titular do Krmlin retomou o seu primeiro lugar no top ten das personalidades mais citadas. 

O artigo de Isabelle Mandraud, que aqui citamos, faz um resumo da história recente da relação entre o poder e a Imprensa, a partir de 2000. “Uma autêntica purga”, afirma. 

Uns atrás dos outros, os oligarcas que tinham investido no sector, nos anos 90, foram sendo depostos. Em 2001, Vladimir Goussinski cedeu o poderoso grupo Media-Most, proprietário de vários canais de televisão (entre eles a NTV), da rádio Eco de Moscovo e de numerosas revistas. A direcção e os jornalistas que tentaram resistir na NTV foram afastados, em Abril de 2001, pelas forças especiais de intervenção do Ministério do Interior, as OMON. 

A posse do grupo foi retomada pela Gazprom-Media, filial do poderoso grupo petrolífero estatal, que detém nada menos de 38 canais de televisão, dez estações de rádio, três operadores na Internet, com 23 sites, e outros meios. Boris Berezovski teve de deixar os canais de televisão ORT e TV6, fugiu para Inglaterra e morreu em 2013, aparentemente por suicídio. 

Está agora em curso, aparentemente, uma ofensiva visando alvos mediáticos no exterior do país.

 

Mais informação em Le Monde, de onde colhemos a imagem, assinada Maxime Roy