Segundo um artigo recente do Wall Street Journal, o primeiro objectivo deste programa é o de fornecer aos editores uma indicação precisa de quais os títulos, as imagens, até mesmo que tipo de textos tornam determinada notícia mais frequentada pelos leitores. Essa indicação é obtida de modo automático, pelos “clicks” de chamada registados no sistema informático do jornal.

 

Na prática, a notícia vai para o sistema em mais do que uma versão, e é por efeito dessa “votação” dos leitores que o ajustamento vai sendo automaticamente introduzido. Segundo explica o referido artigo do Wall Street Journal, os editores já usavam os chamados testes A/B para procurar quais os títulos e imagens mais apelativos ao público consumidor, “mas esta ferramenta do Post é particularmente interessante porque aplica automaticamente as mudanças baseadas na informação que recolhe; isto permite aos editores, nos termos usados pela própria empresa, set and forget

(instalar e esquecer) a ferramenta, o que torna o processo mais eficiente.”

 

Ainda segundo o mesmo artigo, a introdução desta ferramenta é um sinal evidente da influência do novo proprietário do Washington Post, Jeff Bezos, que nestes pouco mais de dois anos passados desde a aquisição do jornal se revelou um impulsionador da experimentação tecnológica, colocando o foco na experiência do consumidor e num processo de decisão determinado pelos dados.  

Algumas das primeiras informações já produzidas pela ferramenta “Bandito” dizem, por exemplo, que as imagens que tenham rostos humanos recebem mais “clicks”, e que os artigos com títulos começados pela palavra “como” têm mais leitores.

Sabe-se ainda que o “Bandito” pode recolher mais informação sobre os leitores do jornal, tais como se eles constam da lista de assinantes, ou até que tipo de artigos procuram com mais frequência.

“Teremos mais cuidado nessa área, por motivos de privacidade, e porque precisamos de estar seguros de que publicamos conteúdos de tendência mais à direita ou mais à esquerda de modo equitativo”  -  afirmou Sam Han, director de informática do Washington Post, referindo-se aos artigos de natureza política.

Mais informação no artigo do Wall Street Journal: