“The Wall Street Journal” aperta o cinto por causa da crise
Os números mais recentes são preocupantes. A diminuição das receitas de publicidade agravou-se para os 21% no último trimestre. A empresa que detém o jornal, a News Corp., declarou um prejuízo de 15 milhões de dólares no mesmo período.
O editor-chefe do Wall Street Journal, Gerard Baker, foi entrevistado para o Nieman Journalism Lab e explicou de que modo a crise é tomada a sério e as respostas são procuradas. Citamos a seguir a síntese feita no site Media-tics.
O novo formato da edição em papel procura reduzir custos por via da fusão de secções que eram independentes. Assim, Negócios e Finanças reúne o material que era publicado em Negócios e Tecnologia e Dinheiro e Investimentos. O mesmo princípio é seguido noutros casos.
Gerard Baker não prevê o fim do jornal em papel e mantém que “o futuro mais imediato do diário passa por satisfazer a grande procura que ainda tem este produto; contar com mais de um milhão de assinantes mostra que os leitores continuam a dar importância ao impresso e estão dispostos a pagar uma boa porção de dinheiro por ele”.
A empresa tem-se transformado para se tornar mais digital e voltada para os dispositivos móveis. “Os jornalistas receberam formação digital e souberam ajustar os horários de publicação aos momentos em que os leitores revelam mais presença.”
Mas a reestruturação trouxe consigo, por exemplo, o corte da secção Greater New York, que vai ficar reduzida a duas páginas dentro da edição impressa. Isto implica a perda de, pelo menos, 19 postos de trabalho. O jornal propôs recentemente, para reduzir o número de despedimentos, um programa de rescisões voluntárias, que foram aceites por 48 trabalhadores.
Em relação ao Facebook, The Wall Street Journal não quer seguir o exemplo do Washinton Post, que publica todos os seus conteúdos gratuitamente nos Instant Articles; prefere “utilizar a rede social como canal para aumentar as assinaturas ao diário, pelo que só oferece grátis um número reduzido de artigos, que funcionam como isco”.
Mais informação em Media-tics, e a entrevista original no NiemanLab