“The Guardian” rende-se ao formato tablóide
Segundo Le Monde, que aqui citamos, The Guardian simboliza o paradoxo dos jornais do séc. XXI:
“No espaço de vinte anos, este jornal britânico de difusão média tornou-se um êxito planetário, lido agora por 150 milhões de visitantes únicos na Internet (menos que o Daily Mail, o jornal cujo site é o mais lido no mundo, com 230 milhões de visitantes únicos, mas mais do que o New York Times, com 90 milhões).”
“Mas, ao mesmo tempo, a difusão em papel teve uma quebra de 60% em dez anos, para 150 mil exemplares por dia. As suas finanças estão num estado deplorável: o grupo acusou uma perda operacional de 45 milhões de libras (cerca de 50 milhões de euros) no ano passado (de Abril de 2016 a Março de 2017), depois de um buraco de 69 milhões de libras no ano anterior. A opção de manter o acesso ao site inteiramente gratuita cavou um buraco enorme. ‘O modelo económico [de publicidade digital] está a desmoronar-se’ - reconhecia em Novembro a sua chefe de redacção, Katharine Viner, num longo texto sobre os valores do jornal.”
Para os jornalistas, esta evolução conduz a um paradoxo curioso:
“Nos anos de 1990, quando eu era correspondente em Paris, recebia chamadas do meu editor a pedir que metesse mais notas de despesa, com mais convites para conversas em restaurante” - recorda Jon Henley, que entrou para a redacção em 1993. Tudo isso acabou há muito tempo.” (...)
Na edição de lançamento do novo formato, que coincide também com uma renovação do site do Guardian, Katharine Viner explica os motivos de ambas as mudanças e solicita a opinião dos leitores.
Mais informação em Le Monde