Peter Preston começou a trabalhar no jornal em 1963, o ano anterior à sua mudança de Manchester para Londres. Em 1975, então com 30 anos de idade, foi chamado a assumir as funções de chefe de redacção. 

Como conta Le Monde, que aqui citamos, The Guardian atravessa então uma fase má: 

“Deficitário, o jornal é constrangido a aumentar o preço em 50%, e a sua tiragem cai de 306 mil exemplares em 1976 para 260 mil no ano seguinte (tem hoje 157 mil). O jovem e entuaiasta chefe de redacção transforma rapidamente um jornal austero, pouco atraente e a perder dinheiro, numa jóia da Imprensa britânica moderna. Multiplica as páginas especializadas na educação, nas questões de sociedade e nos media, que chamam publicidade e ofertas de emprego.” (...) 

O editorial que lhe é dedicado, em The Guardian, afirma, entre outras coisas: 

“Pelo seu trabalho intenso e exemplo pessoal ele mostrou de que modo um jornal podia mudar e melhorar sem perder contacto com as suas razízes. No período da sua chefia do Guardian, introduziu num jornal bastante convencido um toque de leveza que não era meramente superficial. Ele gostava muito do seu ofício, e era um mestre em todos os aspectos da edição de um jornal, mas nunca pensou que os media fossem mais importantes do que aqueles de quem tratavam.” (...) 

“Não é este o lugar para falar das suas qualidades pessoais  - a sua gentileza e consideração pelos fracos -  a não ser na medida em que informaram a atitude do seu jornal perante o mundo e a sua simpatia sem hesitações para com os maltratados. Mas a ligação entre os valores pessoais e políticos é aquilo que em última instância torna os políticos credíveis, e ninguém duvidava da sua integridade. O bom jornalismo raramente esteve sob tanta pressão como nos dias de hoje, mas a sua subtileza, coragem e compromisso para com os seus leitores deixaram uma inspiração de que temos orgulho em ser herdeiros.”

 

 

Mais informação em Le Monde  e The Guardian