A situação descrita é semelhante à de muitos outros países desenvolvidos, e é conhecida: “a crise na publicidade e uma queda imparável das vendas em quiosque estão a provocar o encerramento maciço das impressoras; as receitas do digital não compensam a perda do impresso, alguns media tradicionais já tiveram de ser resgatados por multimilionários e há títulos importantes que decidiram abandonar o papel”. 

O artigo que citamos, publicado em Media-tics, cita um estudo muito recente, divulgado pelo diário Le Temps, editado em Lausanne, onde se conta que as tiragens dos quotidianos foram reduzidas em 1,15 milhões de exemplares em 20 anos, e a soma de todos os títulos do país está hoje em apenas 3,11 milhões. Quanto à publicidade, a quebra foi de 60%, o que significa que os media pagos deixaram de receber 993 milhões de francos suíços (pouco acima de 925 milhões de euros). 

O que é novidade é que um perito conhecedor do sector da impressão calcula que “a questão da sobrevivência das últimas impressoras vai surgir a partir de 2021”. E Stéphane Benoit-Godé, chefe de redacção de Le Temps, admite que “o fim dos diários impressos, dentro de quatro anos, não é um cenário irreal”.

 
O semanário Hebdo, actualmente detido pelo grupo Ringier Axel Springer Suisse, não vai esperar tanto, tendo anunciado que cessa a sua publicação no princípio de Fevereiro. Fundado há 35 anos, e mantendo ainda 155 mil leitores, sucumbe à quebra da publicidade, que nestes últimos quatro anos caíu para metade, e das vendas, que perderam um terço.

O artigo na íntegra, em Media-Tics, e o estudo original, em Le Temps, a que pertence a ilustração utilizada. O fecho de Hebdo, em Le Monde.