Em Março de 2019, o site revelou um escândalo imobiliário que envolvia altos funcionários do partido GERB. Estes funcionários teriam obtido apartamentos de luxo na capital, Sofia, a preços abaixo do custo de mercado. Depois desta informação vir a público, sucederam-se as demissões, entre as quais a de Tsvetan Tsvetanov, o vice-líder do partido no poder e segundo homem mais poderoso da Bulgária. 

 

O procurador-geral da Bulgária, Sotir Tzatsarov, deu então início a uma investigação. Contudo, a reportagem de Bivol revelou também a implicação do próprio Tzatsarov no esquema. 

 

Desde então, Assen Yordanov, o site e os jornalistas têm sido alvo de uma campanha de pressão para silenciar o seu trabalho, através de investigações injustificadas, artigos difamatórios e inquéritos policiais. “Nos últimos meses, a Bivol, eu próprio, os meus colegas e a minha família temos estado sob ataque constante”, disse o proprietário do site ao International Press Institute

 

Os ataques à Bivol representam as dificuldades enfrentadas por jornalistas de investigação que trabalham na Bulgária, independentemente de o país ser membro da União Europeia. O assédio a Yordanov e ao editor-chefe do site Bivol, Atanas Tchobanov, começou em Junho quando foram objecto de uma campanha de difamação. 

 

O jornal Trud, pró-governamental e propriedade do magnata dos media Delyan Peevski, publicou um artigo anónimo a acusar Yordanov e Tchobanov de comprarem imóveis abaixo do valor de mercado. Posteriormente, foi feita uma investigação criminal às suas propriedades, que foi liderada por Tzatsarov.

 

As provas para este inquérito consistiram em relatórios entregues à polícia por uma ONG anti-corrupção chamada BOETS, que acusou os jornalistas de fraude imobiliária. 

 

Contudo, a organização negou a emissão de tal relatório e apresentou uma queixa por roubo de identidade. Após as acusações, Yordanov também publicou documentos imobiliários que contrapõem a informação apresentada no relatório. 

 

Em Agosto de 2019, o procurador-geral do Ministério Público emitiu uma ordem de investigação europeia numa tentativa de obrigar Tchobanov a sair de França e a regressar à Bulgária, com o objectivo de o interrogar como testemunha num caso de hacking. O caso investiga um hacker que terá enviado dados roubados a grupos de notícias búlgaros, entre os quais o Bivol. As autoridades afirmam que identificaram comunicações entre o hacker e Tchobanov.

 

Tchobanov recusa regressar a Sofia, mas diz estar disposto a prestar declarações às autoridades francesas. No entanto, ele e Yordanov temem que se trate de um método para as autoridades acederem aos servidores da Bivol, que estão localizados na França. 

 

Bivol é uma das principais agências de notícias de investigação da Bulgária, cujo trabalho recente incluiu uma enorme investigação transfronteiras sobre a má utilização de fundos europeus na Roménia e Bulgária.

Mais informação em International Press Institute.