Revistas apostam no digital sem descurarem o papel
O objectivo principal declarado, em L’Obs, é “multiplicar as assinaturas digitais, entendidas como [alavanca] incontornável do crescimento face às mutações do mercado das newsmagazines”.
“Porque, se L’Obs ganhou dinheiro, no ano passado, e deverá estar equilibrado em 2018, a sua difusão em papel está em forte recuo (menos 20% entre Julho de 2017 e Junho de 2018, com 273 mil exemplares).”
L’Obs conta com 7.700 assinaturas exclusivamente digitais e 220 mil na edição impressa. É para fazer subir estes números que está em curso a presente reorganização.
Numa entrevista dada em Abril à estação de televisão Europe 1 - que também aqui incluimos - Dominique Nora refere-se a uma audiência total de 2,3 milhões de leitores por semana.
Sobre a New Internationalist, o artigo de Media-tics, que aqui citamos, declara que “tem bastante êxito entre os jovens, principalmente porque leva a cabo campanhas publicitárias em universidades, de onde chama uma importante base de assinantes, demonstrando que os jovens estão interessados no texto impresso e inclusivamente estão dispostos a pagar por ele”.
Este público dos millennials vai passar a encontrar uma nova secção, intitulada What If, descrita como “visionária”, a respeito das mudanças que poderão acontecer no mundo. Haverá também uma coluna sobre conselhos éticos, escrita precisamente por um millennial.
“Tudo isto com a intenção de continuar a construir um produto de elevada qualidade para uma audiência que se mostrou receptiva a um comportamento muitas vezes considerado antiquado. O que se passa é que quem prevê a morte do papel são aqueles que não souberam adaptá-lo às novas gerações, por querem prender-se a um passado que já não é negócio.”
“O papel tem tanto futuro como o das futuras gerações, mas é a elas que deve ser vendido. A New Internationalist deu mais uma lição de jornalismo impresso, apesar de superar os 1,3 milhões de leitores na Internet. E fê-lo a partir de uma coisa tão simples como sentar-se a escutar as necessidades dos que pagam as contas.”
Mais informação em Le Figaro e em Media-tics