Revista “Forbes” reforçou a redacção… com um “robot”

Esta “robotização” do jornalismo está em curso e já funciona em várias agências de notícias, como a Reuters e a France-Presse, bem como em jornais como The Washington Post. Nas suas formas já adoptadas, “redige” de facto, articulando dados noticiosos sempre em actualização - e obedecendo a programas determinados pela editoria humana dos meios onde foi instalada - notícias simples. Dir-se-ia que é um processo mais “mecânico”.
Aparentemente, o que está agora a ser experimentado na Forbes vai mais longe. Os 2.500 colaboradores da revista, que servem de “cobaias” ao lançamento do Bertie, recebem sugestões de trabalho e material de apoio.
Segundo Le Figaro, que aqui citamos, é do seguinte modo que um destes colaboradores encontrou uma proposta de tema a tratar, sobre as últimas notícias da Tesla:
“Para o ajudar, colocou ao seu dispor uma selecção de artigos, já publicados pela Forbes ou por outros meios, sobre o tema, bem como imagens seleccionadas automaticamente para o ilustrarem. Mas a inteligência artificial forneceu-lhe ainda um rascunho. O texto é impublicável nesta fase, mas constitui um bom ponto de partida para ele se lançar à escrita sem perder muito tempo.” (...)
“Como já fizera o Huffington Post, o recurso a colaboradores externos é usado, há muito tempo, como forma de produzir rapidamente, de forma maciça e muitas vezes por baixo custo, centenas de artigos por dia.” (...)
“A Forbes depende muito deste sistema, que está na origem de mais de metade dos artigos publicados todos os dias. Em troca, o site garante aos seus colaboradores, a partir de Fevereiro, um mínimo garantido de 250 dólares por mês. Quanto mais os internautas lerem os seus artigos, se demorarem neles e ficarem envolvidos, mais aumenta a remuneração.”
Como afirma Randall Lane, editor da Forbes, “em 2017, mais de cem colaboradores ganharam mais de dez mil dólares, e cinco deles ultrapassaram os 200 mil dólares”. (...)
Mais informação em Media-tics e Le Figaro