Retaliações contra jornalistas dos “Panama Papers”

A escala de dimensão dos Panama Papers - que chegou a envolver meio milhar de repórteres em quase 90 países, dando origem a 4.700 trabalhos publicados até ao fim de 2016 - oferece um cenário de “caso exemplar” em confirmação do impacto do jornalismo de investigação.
“Quase metade (45%) dos países estudados tomaram medidas para compreender os problemas relatados, ou identificar os passos necessários para os enfrentar, por acções como inquéritos, comissões, investigações públicas, audições e encontros inter-governamentais ou entre agências.”
“Essas acções deliberativas, que podem levar anos a ter efeito, precedem, frequentemente, mudanças de política mais substantivas, ou acções específicas contra empresas ou indivíduos.”
A introdução do relatório agora divulgado aponta, como resultados que podemos reconhecer, já em 2019, que “a Arménia reabriu uma investigação sobre corrupção contra um ex-dirigente político e membro do Parlamento, nos EUA foi feita a primeira detenção de um cidadão norte-americano implicado no escândalo e um ministro provincial foi preso pelo Gabinete de Responsabilização Nacional do Paquistão”.
O seu principal autor, Lucas Graves, declara que “as consequências dos Panama Papers continuam a revelar-se três anos depois de publicado o assunto”:
“Estes resultados salientam os benefícios que as grandes investigações podem trazer, em termos de reforma substancial, embora tais mudanças levem anos a tomar forma.” (...)
O artigo aqui citado, no site do Reuters Institute, com o respectivo press-release e o relatório em sete páginas de pdf.