O trabalho de Miquel Rodrigo Alsina começa por contar a história do “acontecimento” e da “notícia” que o torna acessível ao público desde antes do jornalismo de massas, demorando-se depois no séc. XX, com referências concretas ao papel da Informação nas duas Grandes Guerras.

Segundo a síntese de Elstor Hanzen, na construção da notícia estão presentes três mundos distintos e que estão inter-relacionados; são eles: o mundo ‘real’, o mundo de referência e o mundo possível: 

“O autor explica que o mundo real ou o mundo dos acontecimentos é onde o jornalismo recolhe parte das informações; o recorte é feito com base no mundo de referência  – cultura, conhecimento, orientação editorial do veículo –, quando se estabelece a verossimilhança com os factos conhecidos e recolhidos do mundo real; e daí se constrói o mundo possível com marcas da veracidade.”

 

Miquel Rodrigo Alsina faz também a história recente dos conceitos de “imparcialidade” e “objectividade”, dos procedimentos e das polémicas a seu respeito. 

Mas Elstor Hanzen conclui:

“Nestes tempos líquidos, como Zygmunt Bauman denomina a actualidade, em que há poucas certezas e tudo parece efémero, pode ser muito tentador e urgente se agarrar à objectividade como algo seguro diante de tantas incertezas. Mas se trata de um engano, afirma Alsina, citando inclusive Umberto Eco e Edgar Morin, e argumentando que não existe receita para a objectividade, aconselhando apenas o permanente questionamento das verdades e o olhar crítico na leitura do noticiário.”

 

A recensão do livro de Miquel Alsina, no Observatório da Imprensa