“Aconteceu-me há uns anos”  - explica o autor -  num semanário completamente local, que editava em Manhattan. Um dos repórteres tinha escrito sobre um caso da má vizinhança provocada por uma senhora que já chegava ao ponto de ameaçar as pessoas com quem se cruzava na rua. Tinha havido queixas, intervenção da polícia, e a redacção procurava saber mais do que se tratava.

A senhora começou por fazer ameaças por telefone e, uns dias depois, antes mesmo da publicação do caso, apareceu no jornal muito zangada e com modos incoerentes, exigindo falar com o repórter que tinha o serviço.

Kyle Pope e o outro jornalista conseguiram acalmá-la e a reportagem acabou por sair sem mais consequências. Mas isto leva-nos a repensar a ameaça que pesa sobre o jornalismo, na América de Trump, diz:

“Enquanto o Presidente se insurge contra a CNN, The New York Times, The Washington Post e outros jornais, são os repórteres a nível local, por toda a América, que podem encontrar-se na linha da frente na nova guerra contra a Imprensa neste país.”  

É verdade que os repórteres dos meios nacionais são regularmente ameaçados, e isso pode tornar-se intimidante, “mas a proximidade das redacções locais às suas comunidades torna as coisas diferentes”:

“A maior parte dos leitores vive a pouca distância. Muitos sabem onde é a redacção do jornal. E a segurança tende a ser ligeira, ou nem sequer existe.” (…)

“É doloroso, mas necessário, reconhecer que a abertura que define o jornalismo local implica um risco elevado; as redacções locais, pelo menos por agora, podem não ter outra opção senão a de se fortificarem.”

O artigo citado, na íntegra, na Columbia Journalism Review