Redacção do “Charlie Hebdo” ameaçada de morte nas redes sociais
Segundo Le Monde, que aqui citamos, “a redacção do Charlie Hebdo está habituada a este tipo de reacções, mas esta nova campanha convenceu-a a apresentar queixa”. Entre as frases citadas podem ler-se “vocês vão ser degolados”, “os irmãos Kouachi [autores do atentado de Janeiro de 2015] fizeram mal o seu trabalho”, e outras de teor semelhante, com ameaças explícitas.
Entrevistado por este jornal, Richard Malka, o advogado do Charlie Hebdo, explica que, tratando-se embora de “violências verbais”, algumas destas mensagens são “suficientemente precisas” para serem tomadas a sério. Preocupa-se também com o clima que pesa sobre a redacção, três anos depois do assassínio de oito dos seus membros: “Aqueles que escrevem raramente são os que passam ao acto. Mas as palavras precedem sempre os actos, criam um clima.” (...)
A redacção tem respondido, por vezes, no Facebook, aos seus críticos e detractores, argumentando em defesa da sua opção editorial. Mas “as trocas de palavras entre internautas dão testemunho de uma irredutível fractura entre os pró e os anti-Charlie”.
No debate parlamentar com o governo, o Primeiro-Ministro francês, Edouard Philippe, denunciou o anonimato “frequentemente desprezível e abjecto” e declarou desejar que, sempre que ameaças desta gravidade sejam proferidas, sejam instaurados processos e pronunciadas sanções contra os autores das referidas ameaças.
Mais informação em Le Monde e The Guardian