Rafael Marques distinguido pelo IPI com Prémio da Liberdade de Imprensa
Segundo o Observador, que aqui citamos, “Rafael Marques é alvo de acusações de injúria no seu país, pela publicação de uma investigação que, em Novembro de 2016, ligava o então Procurador-Geral da República angolano, João Maria de Sousa, a um caso de corrupção”.
Barbara Trionfi, directora executiva do IPI, declarou que, “através dos seus artigos, livros e pesquisa, Rafael Marques tem levado a cabo o tipo de jornalismo de vigilância que os meios controlados pelo Estado do país não conseguem concretizar, proporcionando um serviço essencial ao público angolano e à comunidade internacional”.
O prémio será entregue a 22 de Junho em Abuja, na Nigéria, durante o Congresso Mundial e Assembleia Geral anual do Instituto Internacional da Imprensa (IPI).
Rafael Marques iniciou a carreira em 1992, no Jornal de Angola, o jornal estatal do país. Acabaria demitido desse órgão por não estar alinhado com a linha editorial defendida pelo regime. Posteriormente, o jornalista escreveu e publicou em meios independentes, criando em 2008 o site Maka Angola, dedicado a investigar casos de corrupção nas esferas política, económica e militar de Angola. É ainda autor do livro “Diamantes de Sangue: Corrupção e Tortura em Angola” e já foi detido pelo regime angolano.
É o primeiro cidadão deste país a receber o prémio, já entregue a mais dois jornalistas lusófonos: o português Nuno Rocha e o brasileiro Júlio de Mesquita Neto.
Nuno Rocha, falecido em Julho de 2016, recebeu o prémio do IPI em 2000. Fez também parte, durante alguns anos, do Executive Board da Instituição.
Mais informação no Observador e no Expresso