“A situação financeira da Imprensa é má. Podemos mesmo interrogar-nos sobre o seu futuro”  -  escreve Claude Perdriel (agora com 91 anos) no seu editorial do próximo número de Challenges, sublinhando embora que a revista pode ainda escapar a esta fatalidade. 

O industrial acrescenta, sobre o futuro do grupo, que considera “apaixonante”: 

“Depois dos smartphones, que nos abriram novas saídas, por via dos quiosques digitais, o automóvel torna-se, por sua vez, um utensílio de partilha da Imprensa.” (...) 

Segundo Le Figaro, o construtor automóvel justifica este investimento pelo desenvolvimento dos carros conectados e autónomos, “que vão deixar tempo livre aos utentes; cada um, no seu carro, estará em condições de escolher, e mais tarde de comandar, informações e conteúdos colhidos num grupo de Imprensa inteiramente dedicado ao conhecimento e aos saberes”.

O jornal acrescenta que a Renault “encara a viatura como um quiosque do futuro, onde os passageiros vão poder ler ou escutar artigos de Imprensa em podcast”. 

Segundo L’Obs, a notícia causou alguma apreensão entre os jornalistas: a redacção conta com três especialistas do sector automóvel, “e a situação poderá rapidamente tornar-se desconfortável, visto que a Renault é já um interlocutor importante do jornal, em termos editoriais e de marketing”. 

“O automóvel ocupa um lugar importante no tratamento da actualidade da Challenges, como testemunha a capa de uma edição recente sobre o carro do futuro, conectado e autónomo... onde se vê, em lugar bem destacado, um veículo com a marca do losango.” (...) 

Recorde-se como é frequente os jornais incluírem em edições especiais, ou em datas especiais, como a do Natal, “brindes” grátis ou a pagar com um acréscimo no preço, tais como livros, DVD’s ou mesmo garrafas de vinho. Neste caso, são os “conteúdos” da Imprensa o “brinde” do produto principal, a marca automóvel... 

 

Mais informação em L’Obs  e Le Figaro