Prisa desfaz-se de activos e prepara venda da TVI

Segundo o ECO – Economia Online, que aqui citamos, Cebrián, “sob pressão dos accionistas por causa das contas e da necessidade de amortizar dívida, foi transparente na estratégia e só faltou mesmo anunciar já o negócio: ‘Quero reiterar a nossa decisão de proceder aos desinvestimentos necessários e a quantas operações do género sejam precisas para fazer frente às obrigações de crédito, sempre e quanto contarmos com a cumplicidade e ajuda dos nossos próprios credores’.”
Nos últimos oito anos, a Prisa abateu dívida no valor total de 3.435 milhões de euros, 108 milhões no ano passado.
“Não foi só o chairman da Prisa a falar de consolidação dos media. Também o presidente executivo, José Luis Sainz, que será substituído por Manuel Mirat em Setembro, falou do mesmo assunto. No discurso na assembleia geral de 30 de Junho, abordou de forma superficial os rumores contínuos de consolidação sectorial: ‘Está claro que não é possível manter os modelos empresariais actuais e que a rentabilidade caiu’ - reiterou.”
Segundo o Expresso, “a Prisa resistiu até onde pode - porque a Media Capital é rentável - mas a sua frágil situação financeira não lhe deixou alternativa: teve de sentar-se à mesa para negociar um activo que lhe permita fazer face aos compromissos que assumiu com a banca”.
As fontes consultadas pelo mesmo semanário “dão como certo que o negócio não se concretizará pelos 400 a 450 milhões de euros inicialmente exigidos pela Prisa”, sendo mais provável que o negócio desça “para a fasquia dos 300 milhões”.
O Expresso chama depois a atenção para outros aspectos decorrentes deste negócio, nomeadamente a posição dos reguladores:
“É a primeira vez em Portugal que um operador de telecomunicações compra um canal de televisão em sinal aberto, ainda para mais líder de audiências. Todos os olhos irão estar nas decisões dos reguladores, nomeadamente no dos media, a Entidade Reguladora para a Comunicação Social, a quem a Autoridade da Concorrência terá de pedir parecer. E se ele for negativo, é vinculativo. Será um dos maiores desafios da história da ERC (...)”
“É, porém, pouco provável que a operação seja chumbada. No entanto, admite-se que, para que seja aprovada, será necessária uma bateria de remédios que a tornem à prova de bala.” (...)