Preços de capa explicam quebras de vendas na imprensa francesa

A reflexão sobre estes dados, em Les Clés de la Presse, chama a atenção para o caso dos grandes diários, que já tinham aumentado o preço de venda ao público em 2015 e voltaram agora a fazê-lo no princípio do ano.
O jornal Le Monde passou a custar, a partir do dia 4 de Janeiro, 2,40 euros, tornando-se o mais caro em França (custava um euro a menos em 2010). Em consequência, o grupo registou, em 2015, uma baixa de 8,6% no seu volume (195 milhões de exemplares), mas de apenas 2,5% no valor (334 milhões de euros). Os números são equivalentes no caso das revistas.
O relatório sublinha o desempenho de alguns grupos de Imprensa, ou de temas específicos, que tiveram menos quebras: por exemplo as publicações para crianças (- 0,8%), de temas lúdicos (- 2%), de arte e cultura (- 2,9%) e femininas (igualmente - 2,9%). Do mesmo modo, as publicações dedicadas aos ócios criativos continuam a ser muito procuradas e registam subidas significativas.
O aparecimento de numerosas inovações também teve influência no aumento das vendas por exemplar, como disse Christelle Leroux, responsável do grupo de Estudos na Presstalis:
“Em 2015, as novidades tIveram melhor desempenho e a sua contribuição para o volume de negócios progrediu 49%. As novidades são uma oportunidade formidável para o conjunto do mercado: fazem voltar os consumidores às bancas de venda.” (...)
Nos termos do próprio relatório, há aqui um elemento de análise positivo:
“Os franceses voltam-se para a Imprensa escrita, e em primeiro lugar para os diários, sempre que se dão acontecimentos excepcionais e trágicos. Aliás, segundo o Barómetro La Croix / TNS Stores, os franceses atribuem mais legitimidade e credibilidade à Imprensa escrita do que à informação tratada na Internet.”