À pergunta sobre como interpreta as críticas de que a sua nomeação foi alvo, João Miguel Tavares responde: 

“A nomeação iria ser naturalmente polémica, e imaginar a cara de espanto de tantas pessoas ao saberem da notícia foi mais uma razão para dizer que sim. Há 40 anos que existe um determinado perfil de presidente das comemorações do 10 de Junho e eu não encaixo nele nem a martelo. Só mesmo a Marcelo, que anda há três anos a reconstruir o papel tradicional do Presidente da República  — eu sou apenas mais um tijolo. Não acho que as críticas sejam uma questão de tendência política, embora a tendência política ajude.” (...) 

Em sua opinião, trata-se mais de “uma questão de ‘Clube do Bolinha’, onde é suposto estar vedado o acesso a quem não é senador, grande intelectual ou catedrático”: 

“Tenho 45 anos, escrevo opinião nos jornais há 16 anos e há 16 anos que ouço isso. Todas as semanas me dizem que eu não deveria estar a escrever no Público (jornal bom de mais para mim), nem a falar no Governo Sombra (companhia boa de mais para mim). As críticas que tenho escutado nos últimos dias são apenas uma variação generalizada de algo que me é aconselhado desde sempre, e que varia entre ‘está calado’ e ‘fala mais baixo’.” 

Na mesma edição do Público, de 26 de Janeiro, são reproduzidas várias dessas reacções negativas, que “chegam especialmente da esquerda, quer através de bancadas parlamentares quer por parte de antigos membros do Governo, como é o caso do historiador Rui Vieira Nery e da pianista Gabriela Canavilhas, que tiveram responsabilidades na pasta de Cultura”.

 

 

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