O texto do Le Monde, que aqui citamos, começa por estranhar que o governo agora em funções, decorrente da vitória de Emmanuel Macron nas eleições presidenciais, seja o primeiro, desde há muito tempo, que não tem ministro da Comunicação, “mesmo que, conforme se afirma no palácio Matignon, Françoise Nyssen, a nova ministra da Cultura, tenha o seu perímetro alargado à Comunicação e aos Media”. 

Depois de citar meia dúzia de nomes desses “novos milionários”, o artigo adianta:

“Alguns, como Lagardère ou Dassault, são herdeiros dos seus pais, que, na época em que a Imprensa era florescente, tinham comprado jornais para adquirirem influência política. Os outros, como sublinham os dois autores, investem neste sector ‘para defenderem os seus negócios, pondo a mão nos meios de informação política’.”

 

“Deste modo, cada um desenvolveu o seu império mediático e reforçou as sinergias com os outros sectores económicos (publicidade, telefónicas, sociedades de produção...) do seu grupo. “Pela primeira vez, todos os que detêm os principais diários em França, ou grandes revistas de actualidade, não têm a Imprensa como profissão”  -  escrevem os dois autores, Richard Sénéjoux e Amaury de Rochegonde, respectivamente da Télérama e das Stratégies

Como afirma outro artigo sobre este mesmo tema, publicado em Abril pela TéléOBS:

“Em pouco tempo, a paisagem sofreu uma mutação tecnológica e ‘capitalística’. A quase totalidade dos media reparte-se hoje entre oito milionários cujo ponto comum é o de terem muitas outras actividades: construção e obras públicas, télécoms, luxo...  (...) Quem são eles? Por que motivo apostaram tanto sobre estas ferramentas de influência? Como é que as suas redacções tratam dos temas que os incomodam? Ou da actualidade dos seus concorrentes?” (...)


O texto adianta informação, em parágrafos separados, sobre o percurso de Serge Dassault, Michel Lucas, Martin Bouygues, Vincent Bolloré, Bernard Arnault, Xavier Niel e Patrick Drahi.

 Mais informação em Le Monde e TéléOBS