“ O tempo mudou, nomeadamente em termos comunicacionais”, continuou Jorge Morais. “Há todo um mundo em termos de acesso à informação e ao desenvolvimento de histórias que não existia [quando o ‘Tal & Qual’ encerrou actividade].


“Grande parte das pessoas que acediam ao ‘Tal & Qual’ faziam-no porque não encontravam aquela informação noutro sítio. Hoje em dia, essa informação está já em muitos sítios, nomeadamente nas redes sociais, com toda a falta de rigor que isso possa implicar. Nós vamos explicar, ou tentar explicar, aquilo que não está explicado. Isso não é propriamente um jornalismo de revelação, é um jornalismo de aprofundamento”.


Ainda assim, o título não terá uma versão “online”, já que os responsáveis querem apostar “na leitura em papel, pausada”. 


“Há um público do papel que não só se mantém como talvez tenha crescido em qualidade. Comparo-o ao fenómeno do vinil. Hoje temos imensas formas de ouvir música. No entanto, o vinil, que tinha acabado, entre aspas, afinal tem um mercado cada vez maior. O mercado do vinil é diferente do que existia antigamente, mas é mais exigente.”


Os responsáveis recordaram, ainda, que tiveram que comprar a marca “Tal & Qual”  à Global Media, o que representou um investimento de 20 mil euros.


Se esta operação garante, por um lado, a liberdade editorial da publicação, exige, por outro lado, uma maior reflexão sobre a sua sustentabilidade.


“Temos de ter receitas o mais elevadas que pudermos e os custos o menos elevados que pudermos”, afirmou João Paulo Fafe, acrescentando, ainda assim, que, “ o jornal é perfeitamente exequível”.