“Mais de 100 jornalistas foram raptados na Síria desde o início do conflito, em 2011. Sabe-se que pelo menos dois americanos, James Foley e Steven Sotloff, foram assassinados por militantes islâmicos. E pelo menos 25  - incluindo muitos sírios, outro americano, um japonês e três espanhóis -  continuam desaparecidos.”  (...)

 

O texto de Robert Picard acrescenta:

 

“A maioria das organizações noticiosas estão impreparadas para a possibilidade do rapto, segundo a nossa investigação. Muitas delas não treinaram o seu pessoal em matéria de segurança em zonas de conflito e como evitar a captura. Os media que dão treinamento aos seus funcionários raramente fazem o mesmo aos freelancers, embora haja uma pressão crescente, por parte das principais empresas noticiosas e organizações de jornalistas, para que isso aconteça. A maioria das empresas de media não tem planos de crise que incluam uma resposta institucional aos raptos.” (...)

 

“Os raptos também envolvem múltiplos interesses, por vezes conflituais. Por exemplo, a família de um refém pode sentir-se desesperada por conseguir publicidade, ao passo que os especialistas em segurança e consultores governamentais frequentemente estão contra isso, pelo receio de provocar uma escalada nas exigências dos raptores.”

 

“Em consequência disto, as organizações noticiosas, as famílias, os governos, as seguradoras e as equipas de resgate podem, por vezes, estar a trabalhar com propósitos contrários, complicando os esforços de resposta. (...)

 

“O rapto de jornalistas ocidentais tem habitualmente maior cobertura internacional, mas eles não são os únicos alvos. Centenas de outras pessoas em todo o mundo continuam reféns, especialmente na Síria, no Iraque, no Médio Oriente, na América Latina e na Ásia.”

 

Robert Picard esteve recentemente em Lisboa, numa conferência, a convite da Universidade Católica, e deu uma entrevista sobre as questões actuais do jornalismo, de que demos informação neste site.

 

O original do artigo citado e o extracto de apresentação do livro