Nos próprios termos da nota da sua Direcção Editorial, trata-se de encarar de frente a realidade:

“A profunda mudança de hábitos de leitura dos últimos dez anos fez desaparecer do mercado português 200 mil exemplares nos diários generalistas. Hoje, vendem-se apenas 170 mil jornais por dia; em 2005, vendiam-se 360 mil. Todos sabemos o que aconteceu: passámos a poder escolher entre comprar um jornal em papel ou ler gratuitamente as notícias nos sites e apps que temos sempre à mão.”

“Esta mudança cultural e tecnológica representa um desafio seríssimo para a sustentabilidade dos jornais, uma das razões pelas quais o Público iniciou em 2013 um sistema de assinaturas digitais. Uma das boas notícias é que temos neste momento 12,5 mil assinantes digitais, mais quatro mil do que no ano passado (um aumento de 47%). No digital, a nossa quota de mercado é agora de 44%.  (...)

“Em Portugal, o mercado dos jornais em papel caiu 50% nos últimos dez anos, mas hoje, por causa das novas tecnologias, o Público é lido por mais de 300 mil pessoas por dia. Por mês, temos cerca de 12 milhões de visitas e, em média, mais de 50 milhões de pageviews.”

“Tudo junto, fechámos 2015 com uma quota de mercado na edição impressa estável (média de 20 mil jornais vendidos por dia) e somos o jornal que mais cresceu em circulação total paga (jornais vendidos em banca, mais assinaturas digitais, numa média diária de 33.675 edições compradas), num contexto em que praticamente todos os jornais desceram.”

Os novos directores-adjuntos são assim apresentados:


“Sérgio B. Gomes juntou-se ao Público em 1999 para integrar a equipa pioneira do Público Online, onde é editor de Plataformas e Multimédia desde 2011. Victor Ferreira fez parte da equipa original do suplemento Local Minho, criado em 2002, foi editor online e é desde 2013 coordenador da redacção do Porto.” 

Recorde-se que esta tendência de reforço da versão online do Público, coincide com um movimento que já conta com outros seguidores a nível europeu, designadamente, o Independent, em Londres, que anunciou a intenção de extinguir a edição em papel, e El País, em Madrid, cujo director editorial comunicou à redacção, em carta aberta, a próxima evolução daquele matutino para uma estrutura essencialmente digital, compromentendo, também a prazo, a venda do jornal em banca .


 A nota da direcção do Público