Entretanto, o vereador do PSD na Câmara Municipal de Lisboa, João Pedro Costa, defendeu em reunião pública do executivo municipal a atribuição de uma medalha da cidade ao jornal O Corvo. A proposta foi apoiada pela vereadora do PCP Ana Jara, que lamentou o fim do jornal e deixou a pergunta sobre se o Município poderia “fazer alguma coisa, além de uma medalha, que é justa”. 

“Havia uma lacuna a colmatar no jornalismo sobre a cidade de Lisboa, que acabava por apresentar um lado mais redutor da cidade”, afirma Samuel Alemão. 

O jornalista recorda que O Corvo nasceu “da constatação de que cada vez se produz menos noticiário local. A crise da Imprensa tem a ver com esse afastamento dos media relativamente às questões da cidadania quotidiana. Em paralelo, se as tecnologias cada vez mais o permitem, cada vez menos os cidadãos são chamados a pronunciar-se e a intervir na resolução dos problemas que enfrentam”.  (...) 

“A Lisboa de 2013 é muito diferente da de 2019, tendo vindo a assistir a imensas e profundas transformações, umas positivas e outras negativas. Delas foi O Corvo dando conta com os meios de que dispunha. Tendo delimitado o raio de ação ao interior das fronteiras da capital, acreditámos sempre num jornalismo feito como expressão dos desejos e das ansiedades cartografáveis nas almas dos que habitam uma cidade com tal dimensão, diversidade, história e complexidade.”  (...) 

“Fica sempre um sabor amargo por não termos conseguido manter o projecto”  - lamenta Samuel Alemão. O director deixa ainda uma palavra de agradecimento às dezenas de pessoas que colaboraram com o jornal ao longo dos anos.

 

Mais informação no Público  e no Expresso, bem como na última edição de O Corvo.