O “anglo-centrismo” dos “media” e a aversão inglesa a línguas estrangeiras
Os países anglófonos continuam a ler informação sobre a União Europeia através de "media" britânicos mesmo após o Brexit.
De acordo com o jornalista Ruadhán Mac Cormaic, do "Irish Times", isto acontece devido a uma aversão a línguas estrangeiras, o que favorece um único mercado europeu e prejudica a pluralidade informativa.
“Na Irlanda, existe uma aversão em aprender outros idiomas e apenas um pequeno número de jornais com a possibilidade de cobrir assuntos estrangeiros, o que facilita o florescimento de ‘mal entendidos'' ', começou por referir Cormaic.
“A forte presença de ‘media’ britânicos, com a sua complexidade e reportagens tendenciosas, agrava o problema”.
“Esta realidade tornou-se mais gritante com o ‘Brexit’. Agora, a informação sobre a União Europeia com maior audiência é produzida fora deste bloco de países”.
“Muita desta informação é produzida por correspondentes estrangeiros, mas acaba por ser filtrada pela editoria britânica, o reflecte as suas referências nacionais”.
Assim, os anglófonos residentes em países como Portugal, Espanha, Dinamarca, Polónia, entre outros, continuam a informar-se sobre o local onde vivem através de “media” estrangeiros, o que pode enviesar a sua percepção da realidade.
Abril 21
Perante este cenário, alguns especialistas em “media” consideram urgente implementar novas soluções.
A título de exemplo, o jornalista Joshua Benton, do Nieman Lab, considera que os jornais deveriam permitir a tradução automática dos seus conteúdos, via Google Tradutor.
Além disso, Benton destaca parcerias entre diferentes jornais europeus, que permitam a partilha e tradução de artigos, bem como a manutenção de um ponto de vista de cada país.
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