O seu objectivo declarado é o de chegar aos dez milhões de assinantes em 2025. E não poupa esforços para o conseguir: 

“Cria novas vias de negócio (como a possibilidade de pagar para aceder a palavras cruzadas e passatempos, ou a receitas de cozinha);  lançou campanhas publicitárias (que explicam a necessidade de pagar por conteúdos de qualidade num ambiente digital infestado de notícias falsas);  e tornou-se cada vez mais internacional, apontando a novos públicos com edições noutras línguas (espanhol, português e chinês).”  (...) 

“O jornal sabe que as novas gerações estão mais dispostas a pagar por serviços digitais. Assim o indicam os êxitos da Spotify, ou da Netflix, que conseguiram que milhões de jovens tirem todos os meses do bolso, a troco de acederem a conteúdos que podiam encontrar grátis na Net.” 

“Conseguiram criar uma experiência que supera com vantagem o processo maçador de pesquisar, marcar, descarregar e construir conteúdos digitais com faraca qualidade de imagem ou de som, além de uma perigosa exposição a vírus informáticos  - e isto com tarifas de baixo preço, que os jovens podem pagar.” (...) 

Também é verdade que as notícias não são música e, segundo o Instituto Reuters, só 14% dos internautas pagam por ler notícias, em todo o mundo. 

“E, ao contrário do que sucede com as plataformas de vídeo por streaming, é pouco provável que a mesma pessoa faça assinatura de mais de um meio, no caso de o fazer. Sobretudo porque nem sequer se espera que os utentes façam contrato para mais de duas ou três plataformas de vídeo on demand, o que vai arrumar, nos próximos anos, um sector já com sinais de ‘bolha’. Com os media podia acontecer alguma coisa semelhante, e é por isso que parte do sector clama por uma Netflix dos Media  -  o que parece ter sido ouvido pela Apple.” (...) 

Miguel Ossorio Vega lembra, a concluir, que a estratégia não é inédita, já que também o britânico Financial Times  fornece acesso gratuito aos jovens entre os 16 e os 19 anos. (...)

 

O artigo aqui citado, em Media-tics