“NYT” admite ter errado nos critérios editoriais em “podcast”
Depois de uma investigação interna de dois meses, o “New York Times” concluiu que o “podcast” “Caliphate” não vai ao encontro dos critérios jornalísticos defendidos pela publicação.
O “Caliphate” (califado, em português), foi um projecto iniciado, em 2018, pela jornalista Rukmini Callimachi , especializada em investigações sobre o “jihadismo”. Para esta iniciativa, Callimachi tentou entrar em contacto com membros do Estado Islâmico, para que pudessem relatar, em primeira mão, a sua acção na Síria.
Foi então que a jornalista conseguiu uma entrevista com um cidadão canadiano, Shehroz Chaudhry, que relatou, ao pormenor, o seu alegado envolvimento com o ISIS. Chaudhry foi a peça central do “podcast” de 12 episódios.
Contudo, em Setembro de 2020, Chaudhry foi detido pelo governo canadiano por partilhar “ teorias da conspiração que incitaram à violência”, sem qualquer menção à participação em actos terroristas.
O “NYT” admitiu, agora, a possibilidade de os testemunhos serem, totalmente, falsos.
O editor executivo do jornal, Dean Baquet, disse que a culpa recai sobre os responsáveis da redacção, incluindo ele próprio. "Quando o ‘NYT’ faz reportagens de profundidade, em qualquer formato, estas são expostas a um escrutínio tremendo”, afirmou numa entrevista.
Dezembro 20
"Não o fizemos neste caso", admitiu. “Esta falha não pode ser, exclusivamente, atribuída à repórter [Rukmini Callimachi]. Penso que foi uma falha institucional”.
Perante este cenário, o “NYT” incluiu uma introdução em todos os episódios do “Caliphate”, que explicita que os episódios do "podcast" não correspondem aos critérios de veracidade defendidos pelo jornal. Além disso, está, agora, disponível uma análise do programa.
Rukmini Callimachi foi afastada de qualquer investigação sobre terrorismo, embora continue a colaborar com o jornal.
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