Segundo notícias do Le Monde, que aqui citamos, a Coreia do Norte dispunha apenas de 28 sites quando, em 19 de Setembro, um dos seus servidores respondeu por engano a um pedido de informação sobre os domínios existentes no país. 

Estes dados foram recolhidos pelos utilizadores do site GitHub, mas, noutro ponto do seu trabalho, o mesmo jornal cita um doutorando em informática, Will Scott, que trabalhou na Universidade de PyongYang e encontrou aí um acesso à Internet tradicional: “Há uma filtragem, mas não sei exactamente qual. Não é um acesso completamente restrito.”

 

Dos 28 sites referidos, só uma dezena estaria com acesso permanente. Um deles é especializado em culinária, mostrando a forma de preparar receitas tradicionais do país. O site da agência de Imprensa oficial tem um serviço em língua inglesa que difunde as mais recentes declarações de Kim Jong-Un. 

Le Monde cita Fran Unsworth, directora do BBC World Service, que afirma:

“Durante as guerras, as revoluções e as mudanças internacionais, as pessoas de todo o mundo dependeram do World Service para obter informações imparciais, de confiança. Enquanto emissora independente, somos mais pertinentes do que nunca no séc. XXI, no momento em que, em numerosos locais, não há mais, mas menos liberdade de Imprensa.” 

Ainda segundo esta notícia, "os norte-coreanos têm de recorrer à ilegalidade e a aparelhos de alta tecnologia para se informarem e terem acesso aos programas de media estrangeiros como a radio-televisão do governo americano Voice of America ou a Radio Free Asia".  

No total, o BBC World Service prepara-se para emitir em 11 novas línguas, naquela que é a maior expansão da cadeia desde 1940. As novas línguas introduzidas serão oromo (falado na Etiópia e no Quénia), amárico (Etiópia e partes do Oriente Médio), guzerati (Índia e Paquistão), igbo (Nigéria), coreano, marata (Índia), pidgin, panjábi (Índia e partes do Paquistão), telugo (Índia), tigrínia (Etiópia e Eritreia) e iorubá (Nigéria, Benim, Togo e Serra Leoa).

Segundo o Público, a inovação vai também passar por maior aposta nas redes sociais e nos conteúdos digitais criados para os dispositivos móveis. Os planos vão permitir aumentar a audiência da BBC para 500 milhões de espectadores em 2022, o dobro dos actuais.




Mais informação no Le Monde, do qual colhemos a imagem utilizada, e no Público