Sylvain Bourmeau, que trabalhou no Libération, inspirou-se primeiro numa ideia de um jornalista americano, Robert Park, que viveu entre os séculos XIX e XX e desejava fundar Thought News, “um jornal sobre a actualidade mas recorrendo aos utensílios conceptuais desenvolvidos pela filosofia e a sociologia”, para agarrar “aquilo que não está à superfície da actualidade”. 

Robert Park morreu em 1944 sem realizar o seu sonho, mas “o êxito actual do FigaroVox (‘Debates, opiniões, controvérsias’), mais à direita e lançado há três anos no site do Figaro, abriu o caminho, revelando ‘um apetite dos leitores pelas ideias’, como sublinha o seu responsável Alexandre Devecchio”. (...) 

“Com equipa e orçamento reduzidos, Bourmeau terá consigo um companheiro da rádio, Raphaël Bourgeois (produtor de Avis Critique), Hélène Fromen, que foi responsável pelo site do Monde e mais tarde de Mediapart, e Cécile Moscovitz, que trabalhou na Gallimard e foi assessora de cultura para o livro, na Embaixada de França na Itália.” 

O primeiro a juntar-se à equipa de colaboradores é o historiador e filósofo Achille Mbembe, professor nas universidades de Witwatersrand, em Joanesburgo, e de Duke, nos Estados Unidos. 

“Nós queremos repor a verticalidade, num tempo em que todas as informações têm tendência a equivaler-se”  - explica Bourmeau. 

“Queremos alimentar o debate e fazê-lo emergir, de preferência com textos que façam autoridade”  - acrescenta Raphaël Bourgeois, que fala de um “regresso ao espírito de algumas revistas” e sublinha que os textos mais partilhados nas redes sociais são frequentemente artigos de opinião. 

 

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